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“Cantor tem que ser conhecido pela música, não pela cara”, afirma Tiee, compositor de sucessos do samba

De passagem pela Bahia, o cantor Tiee, autor de sucessos gravados por importantes sambistas brasileiros, se prepara para participar da gravação do DVD do cantor Péricles, que será realizada no próximo dia 7 de julho, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Em entrevista ao Varela Notícias, Tiee falou sobre o início da carreira, sobre a relação com colegas de profissão e sobre a expectativa para o próximo show em Salvador. Confira:
Varela Notícias – Você é artista desde a infância, mas o grande sucesso veio com um vídeo caseiro postado no YouTube ao lado do cantor Ferrugem?
Tiee – Eu já era um compositor gravado pelos artistas, mas não aparecia fazendo esse trabalho. Nós fizemos um vídeo na cozinha de casa, postamos sem pretensão nenhuma e se tornou um sucesso. Abriu as portas de uma maneira que não sabemos explicar. É coisa de Deus mesmo. Ele estourou como cantor e eu como compositor.
Você tem música gravada por grandes artistas. Você já compõe pensando em determinado cantor?
No começo não pensava assim. Só fazia música. Eu faço as músicas que eu gostaria de ouvir. Depois do sucesso como compositor, passei a fazer músicas por encomenda para os amigos. Mas eu gosto mesmo de fazer música por fazer.
É verdade que você cantava rap? Como foi a mudança para o samba?
É verdade. Sempre gostei, cantei rap a vida toda, mas no meio do caminho eu troquei. Eu era o cara do rap na família de sambistas, até o dia que meu pai me deu uma dura: ‘e aí, cara? O que eu faço com você?’ (risos). Aí eu comecei a fazer um sambinha escondido para agradar meu pai, mas não tinha coragem de mostrar para ele. Comecei a mandar música para os artistas e tive uma música gravada pelo grupo Fundo de Quintal. Comecei a ganhar um dinheiro, mas como ia explicar em casa de onde vinha? Quando minha primeira música tocou no rádio ninguém lá em casa sabia. Quando eu comprei uma moto aí tive que contar. Ele [o pai] ficou chateado durante um tempo, mas hoje ele já superou isso.
Foto: reprodução/Instagram
Existe um respeito e uma parceria muito grande entre os sambistas. Por que você acha que isso acontece?
Os sambistas realmente são unidos, quem não são unidos são alguns empresários. O sambista não diz ‘não’ um pro outro. Os sambistas normalmente vieram do mesmo lugar, do mesmo sofrimento. Os empresários que às vezes falam: ‘essa parceria não é boa para você’. Mas eu digo sempre que meu empresário é muito importante, mas se eu abrir a boca para cantar e abrir a cabeça para escrever. Se eu não fizer isso, ele vai vender roupa e aí o importante vai ser o costureiro (risos).
O que você pretende deixar marcado no mundo com sua música?
Sou muito ligado à música, ao som. Sempre quis ser um cantor que não precisa colocar foto na capa do CD. Eu acho que o cantor tem que ser conhecido pela música e não pela cara. Não sei o que vai ser do futuro, mas é isso que eu quero: que a força do tempo não destrua o que foi construído.
É sua primeira vez em Salvador? O que está achando da cidade?
Eu sou turista na cidade, vou no Pelourinho, como à beça e fico passando mal. Depois acordo no dia seguinte, como de novo e passo mal de novo (risos). Mas dede a primeira vez que pisei na Bahia eu falei: ‘um dia venho morar aqui’.
Qual a expectativa para o show do dia 6 de julho, na gravação do DVD do cantor Péricles?
Quem faz show é a Madonna, e só toco meu pagodinho lá, mas a expectativa é de total realização. Será um grande espetáculo, com mais de vinte mil pessoas. Para mim é uma coroação, me sinto muito feliz. Vou dar o meu melhor!
Foto: reprodução/Instagram

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