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Superpai: Confira a história de pais que criaram seus filhos sozinhos

As mães sempre foram vistas como imprescindíveis na criação dos filhos. Para Freud, ela seria o primeiro objeto amoroso na vida do bebê, sendo aquela que nutre e cuida.
Em muitos casos, os pais, que antes exerciam uma função coadjuvante, estão assumindo cada vez mais o papel de protagonistas na criação dos filhos. Foi o que aconteceu com Noel Santos, morador do município de Piritiba, situado na região da Chapada Diamantina, Centro-Norte da Bahia.
Noel se viu sozinho, tendo que cuidar de três filhas, quando a ex-mulher decidiu ir embora da Bahia para morar no Piauí.
“Foi a mão de Deus me segurou”, lembra, contando que teve ajuda de uma senhora que trabalhava na casa deles, Dona Raimunda.
Tendo que fazer o papel de mãe e pai ao mesmo tempo, Noel, que trabalha no ramo de autopeças, levava todos os dias as filhas para a escola e, nos finais de semana, para a igreja.
“Foi muito difícil sem a presença da mãe, mas elas nunca me deram trabalho. Sempre busquei conversar sobre tudo. Deixava até de namorar para cuidar delas. Todas as pessoas da cidade conhecem minha história e tiram o chapéu para mim”, conta, orgulhoso, o pai de Naiara, de 19 anos; Noé, de 17 anos; e Amanda, de 13 anos.
Uma história parecida aconteceu com o pai da fisioterapeuta A.B., hoje com 27 anos, que não quis se identificar, já que foi “abandonada” pela mãe aos 2 anos de idade. “Ela arranjou um novo casamento e me deixou com meu pai. Nos conhecemos e até nos falamos hoje em dia, mas não temos muito contato”, conta.
O pai dela também teve que lidar com o desafio de criar a filha sozinho. “Quando eu ficava doente e não podia ir pra escola, meu pai me levava para o trabalho dele. Como ele é profissional autônomo tinha essa liberdade. Ele fazia tudo por mim. Dava banho, trocava fralda, ia nas reuniões da escola. Ele conseguiu suprir de todas as formas a falta de carinho e presença da minha mãe”, garante.
Especialistas – Para a psicóloga Melissa Correa, a figura do pai pode sim atuar como figura materna como função, não como pessoa.
“Ninguém supre ninguém. Se a criança sente a falta da mãe, o pai não vai conseguir suprir. No entanto, se esse pai for alguém que compreende a criança nas suas emoções, que escuta essa criança, que aceita como ela é, respeita, tem afeto, se ele conseguir trabalhar esses aspectos, ele pode exercer a função materna, já que a mãe está muito ligada à autoestima, segurança pessoal e emocional da criança”, avaliou.
Para a psicóloga do Hapvida, Marta Érica, pai e mãe são duas figuras insubstituíveis para a criança, mas a sociedade atual tem novas molduras parentais.
“São mães que cuidam sozinhas, pais que cuidam sozinhos, casais do mesmo sexo. O amor, cuidado e proteção é que são insubstituíveis para qualquer ser humano. Que bom que os pais estão se colocando nos lugares de cuidadores. Independe de quem crie a criança, o importante é que haja, respeito, amor, carinho, muita conversa e orientação para que ela tenha uma vida plena e feliz”, destacou.

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