Cinco bois mortos após a queda de um raio durante um
temporal no Sudoeste, onde a enxurrada arrastou carros e motos e alagou
diversas vias. Um carro de passeio engolido por uma cratera que se abriu
no meio de uma rodovia estadual no Oeste. Imóveis do Minha Casa, Minha
Vida que foram destelhados no Norte.
Esses são
apenas alguns dos estragos causados por chuvas de Verão que caíram na
Bahia entre as 9h desta quarta-feira (3) e 9h desta quinta (4). Segundo
informações da Coordenação de Defesa Civil do Estado (Cordec), apesar
dos estragos, não houve registro de pessoas feridas e nenhum município
decretou situação de emergência por conta do temporal.
O
Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), braço da
Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), informa, em seu relatório
diário sobre o clima no estado, que “o tempo na Bahia, nas últimas 24
horas, foi influenciado por sistemas meteorológicos de diferentes
características, atuando em áreas distintas.”
Na
faixa Centro-oeste e Sul do estado, quem atuou com mais intensidade foi
a umidade vinda da região amazônica e do Oceano Atlântico, onde
deixaram o céu encoberto e chuvoso na maior parte dessa faixa, aponta o
relatório do Inema.
“Durante o período, os
maiores volumes e chuvas foram registrados nas regiões Oeste, São
Francisco, Sudoeste e Chapada Diamantina”, diz o relatório, segundo o
qual a cidade onde mais choveu foi Vitória da Conquista, onde há sete
pluviômetros que marcaram quantidades diferentes de chuvas.
O
maior deles registrou 105,3 milímetros e o menor 56,5 – chuvas são
consideradas fortes quando registram acima de 50 milímetros.
Situada
no Sudoeste, a terceira maior cidade da Bahia, com 165 mil habitantes,
Conquista viu as chuvas arrastarem carros e motos pelas ruas centrais,
que recebe toda a água que desce da Serra do Piripiri. A chuva que veio
acompanhada de ventos também derrubou árvores e destelhou casas.
Resgate
Outros
locais da cidade, como a avenida Brumado, na zona oeste, também foram
afetados. As chuvas com vento deixaram a via com aspecto de um rio
caudaloso. Um homem que estava em um veículo teve de ser socorrido por
populares para sair das águas, onde estava ilhado.
A
Avenida Juracy Magalhães, que dá acesso ao único shopping da cidade e a
diversos bairros recentemente povoados, foi interditada após uma
cratera se abrir próximo a galeria por onde passa o Rio Verruga, que
nasce na Serra do Periperi e corta a cidade por meio de um canal
subterrâneo. Várias ruas da cidade ficaram esburacadas.
O
problema dos buracos nas ruas é uma queixa diária da população, o que
tem gerado impopularidade do prefeito Herzem Gusmão (MDB), o qual também
vem se queixando dos serviços da Empresa Baiana de Águas e Saneamento
(Embasa) na cidade.
Opositor do governador Rui
Costa (PT), o prefeito chegou a ameaçar que iria rescindir o contrato da
Prefeitura com a estatal, e após uma visita nesta quinta-feira a locais
onde as chuvas causaram estragos declarou, via assessoria de
comunicação, que “encontrou ruas completamente esburacadas por obras
inacabadas da Embasa”.
E diz ter enviado para a
estatal uma notificação para que a Embasa “interrompa imediatamente
todas as obras no município até que os devidos reparos sejam feitos nas
ruas esburacadas”. O CORREIO pediu cópia do documento, mas não foi
enviado. Procurada para comentar o assunto, a Embasa não respondeu.
“Até
mesmo um caminhão de coleta de lixo ficou preso em um dos buracos
provocados pela empresa [estatal], provocando enormes transtornos para a
população", diz uma nota oficial, acompanhada de uma declaração do
gestor: "Este descaso com a população não pode continuar. Enquanto a
restauração das vias não for feita, não autorizaremos a Embasa a
prosseguir com as obras”.
Durante o dia e
início da noite, nesta quinta-feira, não choveu na cidade. Para esta
sexta, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê tempo nublado
com trovoadas e pancadas de chuvas isoladas.
Correio*
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